17 de agosto de 2013

Um pouco de mim

Nunca fui boa com palavras, sempre deixei que os gestos e os olhos falassem por mim. Sou reservada, muitas vezes fria e isolo-me muitas vezes, focando-me nas minhas reflexões e pensamentos.

Hoje, mais do que nunca, sou como um vulcão, prestes a entrar em erupção. Ocasionalmente a lava sobe, ocupa todo o lago e começa a transbordar devagar. Porém, até hoje, quase sempre tive auto-controlo suficiente para conseguir apaziguar a lava de pensamentos, evitando causar mais danos na minha vida para além dos que já existem. Ainda assim, continuo ainda um vulcão ativo, em estado de atividade elevado, sobrevivendo sempre com a consciência de que a qualquer altura poderei ser surpreendida mais uma vez pela força da natureza e aí poderei não estar pronta para evitar danos maiores. Sei que é necessário estar preparada para um possível colapso, porém sei também que nem sempre será possível controla-lo. Estou certa disto porque apesar de ainda ter vivido pouco, a vida já me proporcionou viver na pele um leque variado de experiências, desde boas a realmente devastadoras. Experiencias com dimensões de tal maneira gigantescas que a única hipótese de sobreviver era deixar a lava correr e esperar que ela solidificasse (sabe-se lá quanto tempo depois, e caso tivesse a sorte de ela solidificar).

E por isso tornei-me um pouco há prova de bala (ou pelo menos gosto de pensar que o sou). Aos 19 anos já são poucos aqueles que me conseguem tocar na alma, e que eu deixo entrar na minha vida e conhecê-la na sua profundidade. Hoje espero tudo e nada, e já pouco me surpreende. Contudo, continuo a frágil, sentimental e sonhadora criança que sempre fui, apenas é preciso procurar melhor por ela.



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